Nós que crescemos no vácuo
Somos filhos do vício
Do amor fútil
Dos anos 80
Somos fruto da falta de fibra
Da ausência de cálcio
Da perda de sono
Do sonho que fracassou
A década inútil
Inventou que foi boa
E pariu rebentos
Sem lhes botar no peito
Resquícios de indignação
Então se tornaram seres
Que tinham o controle
(remoto)
do mundo nas mãos.
E de tão livres que somos
Atiramo-nos do edifício
Para chegar mais rápido até o chão
– Mas ninguém contou que não temos asas,
No enredo do filme
que eu vi
Só com uma capa o
mocinho voava...
Nós que nos contentamos com pouco
Achando que querer sempre mais
Significa querer bem.
*das "Tentativas Poéticas" - 2006/2007
Por Amanda SchArr
4 comentários:
uma verdadeira ode ao ser-humano!!!!!
Ausência de cálcio e indignação.
Correto afirmar, que ao menos um pouco, desse mal eu sofro. Mais do primeiro do que do segundo. Não sei o que é pior.
(:
Do filme o ódio: " é uma sociedade que cai, cai, e diz: até aqui tudo bem, o problema não é a queda, e sim a aterrisagem. Lembrei disso ao ler o seu post.
Abraços.
gostei do blog estilo mondrian.
(:
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